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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quero metamorfosear minha vida

15h36. Sol entre nuvens: 29ºC

Nos últimos dias tenho enfrentado alguns dilemas e repensado um pouco a maneira de agir. Segunda voltaram as aulas, correria, dores de cabeça, noites de pouquíssimo sono, minha vida novamente volta ao normal. Duas grandes diferenças na escola esse ano: mudamos de sala e somos veteranos, não que eu de tanta importância assim pra isso, mas eu gostava da antiga sala, que agora pertence ao curso de psicologia. Quanto aos calouros? Sofreram na nossa mão, é claro, brincamos apenas com quem se mostrou disposto a participar, foi bom, eu mesmo escapei do trote ano passado, mesmo assim brinquei com os bixos e bixetes esse ano.

Quanto aos dilemas, bem, como sempre esse ódio pelo sistema, essa vontade de mudar o mundo, essa luta contra meus vícios capitalistas e meus cacoetes consumistas.

Por mais que eu tente também não consigo me livrar de pensar todos os dias como eu odeio meu trabalho, como gostaria de ter coragem de jogar tudo pro alto, sair de onde estou e correr atrás do que gosto, como queria não ter que acordar de manhã e vestir aquela farda pesada, suja e ouvir as mesmas piadas sem graça, ver os mesmos rostos com os mesmos pensamentos, saber o que pensam sobre os outros, saber o que pensam sobre mim e ter que fingir que nada acontece. Como eu queria não ter que repetir os mesmos movimentos durante horas, ouvindo a sujeira porca e os pensamentos imundos das pessoas que se baseiam em aparências e sentimentos supérfluos. Como eu queria poder acordar de manhã feliz.

Não gosto de como as pessoas agem falando uma coisa na sua frente e outra pelas costas, eu sei, eu também faço isso, mas as pessoas odeiam as outras e se misturam só para descobrir seus pontos fracos, isso eu não seria capaz de fazer, se não gosto de alguém me afasto e pronto!

Nem tudo são problemas, durante a última semana li "A Metamorfose" de Kafka, eu já havia ouvido falar nele, mas não tinha ideia de como eu iria gostar da sua obra, mergulhei na história, senti a angústia impressa nas páginas, senti o desespero das personagens, mais do que estou acostumado. Adorei o livro!

Agora sinto aquela imensa vontade de liberdade, vontade de sair dessa cadeira e começar a voar pelos céus, igual a uma águia, voar por entre as nuvens, durante uma tempestade e depois pousar em uma estrada e me tornar um viajante oportuno, andando pelas estradas numa tarde chuvosa.

Enquanto não aprendo voar me envolvo com a arte.

Bom, por hoje acho que é isso.

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